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Foto do escritorRafael Torres

Top 10 - Música Clássica de Terror

Atualizado: 23 de dez. de 2021

Estava esses dias escutando a música de Franz Liszt e me veio a ideia de fazer essa pequena lista. São obras que ativamente querem assustar, e são muitas, mas eu resolvi colocar 10 aqui.


1. Hector Berlioz (1803-1869)

Marcha ao Suplício - da Sinfonia Fantástica

Esta obra, de 1830 inclui uma degola - o sujeito, viajando no ópio, está tendo uma, digamos, viagem ruim, e se imagina carregado à forca. Aos 4m29, logo depois do solo de clarinete, é a cabeça caindo.


2. Franz Liszt (1811-1886)

Valsa Mephisto Nº 1

Liszt escreveu várias peças aterrorizantes, algumas das quais eu vou incluir aqui. Essa se refere a Mefistófeles, um demônio do folclore alemão. A cena é "A Dança na Pousada da Vila", e descreve uma festa de casamento em que esse demônio e Fausto, um herói famoso da literatura, tomam parte. É de cerca de 1860.


3. Franz Liszt

Der Doppelgänger

Esta música macabra, baseada num lied homônimo de Schubert descreve um homem que entra na casa onde sua amada viveu e vê alguém se lamentando. Acontece que esse alguém é ele mesmo. Também é de 1860.


4. Franz Liszt

Sinfonia Dante

Descreve a jornada de Dante pelos infernos e pelo purgatório. De 1857, é uma obra para orquestra e coro, e é aterrorizante.


5. César Franck (1822-1890)

O Caçador Amaldiçoado (Le Chasseur Maudit)

Esse fantástico Poema Sinfônico de César Franck, de 1888, fala da história de um caçador que zomba dos que o alertam para não caçar num dia de domingo, violando o Sabbath. Logo no começo, ele ousa soar as trompas de caça contra os sinos da igreja. Mas na floresta ele é perseguido por uma voz assombrada que o amaldiçoa a ser preseguido por demônios pela eternidade.


6. Antonin Dvořák (1841-1904)

O Pombo Selvagem (The Wild Dove)

Outro Poema Sinfônico de um mestre. De 1896. Uma mulher envenena o marido para casar com outro. Todo dia, um pombo põe-se a cantar no túmulo do homem. Aterrorizada, ela se enche de culpa e acaba se matando.


7. Antonin Dvořák

The Water Goblin

Mais um Poema Sinfônico aterrorizante de Dvořák, também de 1896. Uma mãe sonha que a filha está vestida com um belo vestido e com um colar de lágrimas. Ela pressente algo de ruim e adverte a menina a não ir ao lago. Claro que a menina desobedece e vai lavar roupa no lago. Assim que chega, a ponte onde ela está desaba e ela é capturada pelo goblin traiçoeiro que lá habita. Ele a leva para o fundo do lago e casa com ela à força.

Quando nasce o primeiro filho, a moça canta uma canção de ninar, o que irrita o goblin. Ela o acalma e implora para voltar à terra e ver a mãe mais uma vez. Ele concede, mas com três condições: que ela não abrace ninguém; que ela deixe o bebê; e que ela volte na hora dos sinos vespertinos.


Quando ela encontra a mãe, esta não deixa que ela volte. O goblin bate à porta na hora marcada e a mãe diz que vá embora. Ele bate novamente e diz que o jantar dele tem que ser feito. Ela novamente o expulsa. Ele torna a bater dizendo que o filho precisa de cuidados. Expulso mais uma vez, o goblin volta para o lago e dá um grito estremecedor. Uma tempestade as faz ficarem abraçadas até que passe. Quando abrem a porta, mãe e filha veem o corpo e a cabeça degolada da criança.


8. Antonin Dvořák

A Feiticeira do Meio-Dia (The Noon Witch)

Este Poema Sinfônico, também de 1896, tem a história mais terrível. Uma mãe diz pro seu filho que se ele não se comportar ela invocará a Bruxa do Meio-Dia. Claro que ele não se comporta e ela finge fazer a invocação. Mas quando dá meio-dia, a bruxa aparece. Aterrorizada e surpresa, a mãe agarra o menino e se põe a correr pela casa, perseguida pela bruxa.


Mais tarde, o pai chega e encontra a mãe desmaiada com o menino morto nos seus braços. Ela mesma o tinha matado esganado, tentando proteger da criatura.


9. Pyotr Tchaikovsky (1840-1893)

Sinfonia Nº 6 "Pathètique"

Leia mais sobre esta obra aqui. Trata-se de uma provável carta de suicídio de Tchaikovsky, escrita pouco tempo antes de sua morte. Acredita-se que o compositor tenha sido condenado por uma corte de honra a se suicidar. E o tenha feito. A sinfonia não é narrativa, mas é cheia de simbolismos ligados à morte, além do assustador finale, em que a música "vai morrendo".


10. Krzystzof Penderecki (1933-2020)

Trenodia Para as Vítimas de Hirochima

Leia mais sobre ela aqui. Trenodia é uma canção para os mortos. Como uma elegia. Essa impactante obra, de 1961, para orquestra de cordas, nos faz olhar para o nosso próprio terror. O que nós causamos. Escute e se arrepie.

 

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