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Foto do escritorRafael Torres

Top 10 Gravações do 1º Concerto para Piano de Brahms

Atualizado: 24 de dez. de 2021

O 1º Concerto para Piano, Op. 15 em Ré menor, de Brahms é um titã. E deve ser encarado pelo intérprete como tal. Aqui segue uma lista das gravações que mais me surpreenderam ao longo dos anos. Algumas lêem o concerto com poesia, outras com masculinidade, provando que não existe apenas uma maneira de se interpretar uma obra tão magistral. Qualquer uma que você quiser escutar, estará bem encaminhado.


10. Claudio Arrau, com a Orquestra do Concertgebouw, regida por Bernard Haitink

Lançada em 1970, é uma gravação um tanto lânguida, sem muita força. Isso é em parte por causa do som. E não só a engenharia de som, como o próprio som da Concertgebouw (a sala, não a orquestra) que vaza graves demais e carece de uma certa clareza. Mas a interpretação é magnífica, toda em tons pastel. Arrau toca com majestade e Haitink e a orquestra oferecem um acompanhamento preciso.


9. Hélène Grimaud, com a Sinfônica da Rádio Bávara, regidda por Andris Nelsons

Grimaud é uma das poucas mulheres a gravar o concerto. E com muita categoria. Está um pouco devagar, para ressaltar a característica épica do concerto. Os climas providos pela orquestra são de arrepiar. É de 2014 e vem com o 2º Concerto, com a Filarmônica de Viena e o mesmo Andris Nelsons. Quando Hélène ataca, depois da longa introdução da orquestra, sabemos que vem uma interpretação sensível e saudável.


8. Krystian Zimerman, com a Filarmônica de Viena, regida por Leonard Bernstein

Gravado ao vivo no Musikvereinsaal, em Viena, em 1983, é uma versão bem mais vigorosa. Bernstein está impecável e a técnica de Zimerman nos deixa de queixo caído. A fúria dessa gravação é lendária. Você não encontra mais no Spotify, tendo sido substituída por uma gravação bem menos interessante de Zimerman com a Filarmônica de Berlim regida por Simon Rattle.


7. Stephen Hough, com a Sinfônica da BBC, regida por Andrew Davis

Stephen Hough é um pianista sutil, e suas interpretações são sempre claras, cristalinas. Aqui ele faz o concerto lépido, menos monumental do que a versão de Zimerman, mas com muito bom gosto. A Sinfônica da BBC e Andrew Davis estão ótimos. De 1998, foi a primeira versão que conheci, de forma que é como se fosse um padrão para mim.


6. Rudolf Serkin, com a Orquestra de Cleveland, dirigida por George Szell

George Szell ainda vai aparecer por aqui nesta lista. Ele, para mim, é ideal para música que seja vigorosa e heróica, além da orquestra, a de Cleveland, ser de uma precisão desconcertante. De 1963, a gravação tem o som estéreo muito bom. E Serkin toca com toda a sua poesia.


5. Leon Fleisher, com a Orquestra de Cleveland, dirigida por George Szell

Mesmo sendo de 1958, essa gravação está com um som melhor que a anterior, com o mesmo regente e a mesma orquestra. Aqui é virilidade pura, Szell, a orquestra e Fleisher parecem ter uma conexão especial. As variações de humor são sutis, e o concerto é entregue como uma obra concisa e homogênea.


4. Joseph Moog, com a Deutsche Radio Philharmonie, regida por Nicholas Milton

Moog já tinha gravado o Concerto Nº 2 com a mesma orquestra e o mesmo regente. E com o mesmo sucesso. Trata-se de um jovem de extremo talento, sua leitura é, ao mesmo tempo, clara, polida e heróica. Essa gravação de 2020 é a mais recente da lista. Gravar com uma orquestra reduzida foi uma decisão acertada, pois a precisão é bem maior.


3. Clifford Curzon, com a Sinfônica de Londres, regida por George Szell

A capa original do LP e a do CD Legendary Performances. A gravação é de 1962 e o som é bom. Mostra um Szell sem a sua Orquestra de Cleveland, o que é bom, pois podemos ver como ele embute a mesma força e precisão na excepcional Sinfônica de Londres. Curzon/Szell é considerada uma das gravações mais importantes do concerto, e ainda é a favorita de muita gente.


2. Emil Gilels, com a Filarmônica de Berlim, dirigida por Eugen Jochum

De 1972, esta gravação ficou sendo, na época, o padrão. Jochum era o melhor intérprete de Brahms na época. Ela é um pouquito lenta, mas consegue manter o ar de majestade o tempo todo, sem pestanejar. Os momentos mais misteriosos foram aproveitados ao máximo e a expressividade é assombrosa, tanto do maestro quanto do pianista. No primeiro movimento eles acharam o andamento certo, que coincide com as passagens mais titânicas e com as mais enigmáticas. Quando Gilels entra, já mostra que estão no mesmo estado mental.


1. Nelson Freire, com a Orquestra do Gewandhaus de Leipzig, dirigida por Riccardo Chailly

Nelson freire gravou logo os dois concertos, e de forma magistral, com um dos maiores regentes do nosso tempo, Riccardo Chailly. O é de 2005. Quando foi lançado o CD duplo, já foi um reboliço, muitos tinham certeza de que ali estavam as melhores interpretações dos dois concertos. O tempo passou apenas para nos certificar disso. O som cósmico de Nelson e o acompanhamento de luxo de Chailly e a Orquestra do Gewandhaus de Leipzig superam Gilels/Jochum por um triz, graças à paleta maior de cores que eles nos proporcionam e aos andamentos ainda mais acertados.


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