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  • Foto do escritorRafael Torres

Interiores, 1º disco dos Argonautas

Atualizado: 7 de out. de 2020


A alvorada e o movimento da manhã. A vida desperta sem pressa. As rotineiras e sinceras saudações entre comadres e compadres. O cheiro de café. As festas, as quermesses, as rezas, os santos. As missas. Os ciganos. O céu estrelado. O leve e solitário badalho do chocalho. O canto da coruja. O apagar da lamparina. Nos sonhos, os bons sentimentos de compartilhar, de respeitar e amar leve e imensamente (a vida).

Interiores vem de uma sensação que todos parecemos compartilhar: a de que quando as cidades cresceram, quando o progresso veio, alguma coisa se perdeu, uma inocência e uma poesia que quase não existem mais.

Esta poesia que existiu no passado nos causa uma nostalgia que não conseguimos explicar, a saudade de algo que muitos de nós nem sequer chegamos a conhecer. 

Mergulhado nesse sentimento, o disco passeia pelos interiores do Brasil e pelos interiores de todos nós.


Angelita Ribeiro e Rafael Torres


Queria falar aqui sobre o nosso primeiro disco. Estávamos (os Argonautas) parados há algum tempo quando eu chamei o Bob (Ayrton Pessoa, membro fundador) para dar cabimento a uma ideia que tive. Na época estávamos tocando com Germano Lima (baixo) e Ronaldo Lage (bateria, piano e percussão).


A ideia era fazermos um disco e um show com uma temática. Faríamos alusão a saudade, nostalgia, um sentimento de não ter vivido uma época muito especial da história. Cidadezinhas com praças, coreto, auto-falante, crianças, crianças de bicicleta, casarões mal assombrados. Interiores.


Interiores do Brasil e de nós mesmos. O show ficou fantástico, com figurino e cenário de Yuri Yamamoto. Participação do quarteto de flautas doces Ad Libitum, coordenado pela minha mãe, Angelita Ribeiro. Quase todas as músicas eram nossas, exceto João e Maria, de Sivuca e Chico Buarque, e Qui Nem Jiló, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.


(Parênteses aqui. Quando fui negociar os direitos autorais da editora de Qui Nem Jiló, por e-mail, perguntei:

- Mas é Jiló ou Giló? - é que você encontra dos dois jeitos.

- Tudo bem o sr. lançar a música, mas não podemos mudar a grafia do nome.

- Eu entendi. Só quero saber se é Jiló com J ou Giló com G.

- Sr., nós realmente não podemos mudar a grafia do nome.

A pessoa realmente fez questão de não entender minha pergunta.)


Tinha duas instrumentais do Bob, Arlequim e Quintal; e o resto era com letra. Fiz até duas especialmente para o disco: Interiores e Interiores nº 2 (esta, com letra do Alan Mendonça, nosso velho parceiro). O Alan aparecia ainda nas letras de Cataventos, Déjà Vú, Canção para João de Despedida e O Amor de Margarida Flor.


Carolina (Ayrton Pessoa, Rafael Torres e Raphael Haluli) e Alameda (minha) completavam o repertório.


Depois vou encomendar um faixa a faixa totalmente imparcial do Nílbio. Ética jornalística. Ele fez esse aqui, do Jangada Azul, nosso segundo disco.



Carolina

Ayrton Pessoa, Rafael Torres e Raphael Haluli

Carolina vem cantar

Comigo essa canção

Olha que o sol já raio

Já raiou a ilusão 

De uma história de amor

Me diz se o beija-flor

Te contou do meu sofrer

E te disse que a paixão

É maior que o bem querer

Teu perfume, Carolina, 

Tem um cheiro de saudade

Tua boca de menina me diz

Já passou o carnaval

Mas os teus olhos

Não mentem pra mim

Prometem noites e

Noites e noites e noites

Sem fim


Rafael Torres - arranjo, flauta e voz

Ayrton Pessoa - violão e voz

Leonardo Torres - piano e voz

Sergio Araújo - oboé e clarinete

Francisco Sousa - fagote

Germano Lima - baixo

Ronaldo Lage - percussão


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