Atenção, para os Argonautas da mitologia grega clique neste link. Hoje vamos falar do meu grupo e a sua incrível saga.
Começou quando eu conheci o Bob (Ayrton Pessoa), no colégio. Ele tocava violão e teclado e era uma das pessoas mais musicais que eu já conhecera. Tínhamos 15 anos, em 1996. Lembro que ele vinha aqui em casa e a gente escutava discos de Bossa Nova, do Eugênio Leandro, Beethoven e Piazzolla.
Lembro também do Hauly, que já era meu amigo desde uns dois anos antes, me dizer: "se vocês tiverem tocando, eu vou querer também, me chama." Aí, eu e o Bob recebemos notícia de um concurso mundial de música: o Concurso John Lennon. Fizemos uma música em um inglês que não fazia sentido (era pra ser psicodélica) e fomos gravar no Alencar, um amigo da mamãe que tinha um estúdio. Não ganhamos o Concurso John Lennon.
Acabou que o Alencar nos "adotou", ele gostava muito da nossa música, e a gente ia compondo e gravando. Viramos o Mira na Lira e, logo depois, os Argonautas. Até 2001 fizemos 2 discos demo, mas nunca lançamos. Fomos seguindo, fazendo shows esporádicos ("ah, tu tem uma banda?", "tenho", "e onde é que vocês tocam?", e eu sempre tinha que explicar que a gente não tinha muito a cara de banda de barzinho etc.). Vez por outra me dava uma vontade de encerrar. E o fizemos, de fato, em 2004, quando o Hauly foi morar em São Paulo. Quando voltamos, em 2007, foi porque eu tinha um projeto de disco e show maravilhoso, o Interiores. Recriaríamos um ambiente rural, figurino do Yuri Yamamoto. Nessa época, eu chamei o Ronaldinho (Ronaldo Lage, bateria) e o Germano Lima (baixo), amigo dele. Lançamos o disco com esse show em 2009. Tanto o disco como o show tiveram a maravilhosa participação do grupo de flautas Ad Libitum, do qual faz parte a minha mãe.
Pelejamos mais... mas não importa o que fizéssemos, não decolávamos. Acabamos de novo, lá por 2010. Em 2014 apareceu um show pra gente fazer, e o Ronaldo e o Germano não podiam, então a gente chamou Ednar Pinho (baixo) e Igor Ribeiro (percussão e bateria), formação que persiste até hoje. Paramos de novo e voltamos em 2016 para gravar um álbum. O Jangada Azul, lançado em 2018, todo com músicas nossas.
Por motivos de saúde e de motivação, uma das poucas coisas que me interessam é gravar, de modo que seguimos fazendo isso desde então.
Inventamos o "Argonautas Convidam" em 2017, quando chamamos a Mônica Salmaso para fazer um show do repertório dela com arranjos nossos. Novamente pensei que ia decolar, mas que nada! Se bem que o show foi um sucesso e acarretou outros, com o Renato Braz e com o Zé Renato, do Boca Livre.
Vamos aos fatos sobre os Argonautas:
Tocamos o que se pode chamar de MPB.
Compomos a maior parte do que tocamos.
Já tive reuniões promissoras com a Biscoito Fino. Não deram em nada.
A Kuarup também ia lançar um disco, mas não deu certo.
Gravamos nosso terceiro disco "Argonautas Interpretam Edu Lobo" em 2018, mas só deu pra lançar em 2020 (desculpa, eu sei que é feio falar palavrão).
Tem a participação da Mônica Salmaso, do Renato Braz, do Marco Forte, do Heriberto Porto, do Leonardo Torres (meu irmão, ao piano) e do próprio Edu Lobo, que canta Meia-Noite.
Tentamos chamar o Chico Buarque para participar, mas não deu certo. Ele é elusivo (com toda razão).
Fiz uma música em homenagem ao Ariano Suassuna, super armorial e nordestina, e chamei a Mônica pra gravar. Tem aí em baixo.
Com o Renato Braz, gravamos minha valsa "Manual da Leveza".
Já aparecemos 2 vezes na Globo em transmissão nacional, no Jornal da Globo.
A fofíssima Silvia Machete gravou outra música minha "So Many Nights", no seu álbum Rhonda, todo em inglês.
Tenho umas 4 músicas em inglês pro caso de... né?...
Temos a leve sensação de que, se tocarmos num lugar, aquele lugar fecha. Aconteceu com o Ball Room, no Rio de Janeiro, com o Vila Mosquito, aqui em Fortaleza e com os Estados Unidos, em 2001. A gente já tava certo de ir quando jogaram aqueles aviões nos prédios.
Tem tuuuudo no nosso site: www.grupoargonautas.com.br.
Apesar de tudo, continuamos a fazer música honesta, que, quando você olha do ângulo certo, é boa. O problema é que só 2 vezes na minha vida alguém pareceu ter olhado por esse ângulo. O nosso velocino de ouro é uma carreira.
Comente o que achou da música dos Argonautas!
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