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Foto do escritorRafael Torres

Top 10 - Os Maiores Maestros do Brasil

Atualizado: 12 de abr. de 2022

Assim como tem uma grande tradição de pianistas, o Brasil tem um rol respeitável de regentes em toda a sua história. Não desde o começo. Em 1886 uma companhia de ópera italiana veio fazer uma turnê no Rio de Janeiro e se deparou com um maestro local de pouca aptidão - era Leopoldo Miguez, mais conhecido como compositor. Eles fizeram um verdadeiro motim e acabaram escolhendo para reger o seu violoncelista principal e assistente do coro. Que era Arturo Toscanini. Ele regeu Aida de cor e começou uma carreira que o faria o maestro dominante da primeira metade do século XX. Só que ele era italiano.


Mas tivemos vários maestros de grande importância, e o primeiro deles é o cearense Eleazar de Carvalho. Abaixo vai uma lista, à guisa dessa dos 10 Maiores Pianistas Brasileiros, ou seja, não está em nenhuma ordem. Nem alfabética, nem cronológica, nem de importância.


Eleazar de Carvalho (1912-1996)

Eleazar de Carvalho
Eleazar de Carvalho

Cearense de Iguatu, Eleazar começou tocando tuba na Banda do Batalhão Naval do Rio de Janeiro. Foi para os EUA em 1946 estudar música na Universidade Estadual de Washington. Lá ele chamou a atenção de Sergey Koussevitzky, o lendário regente russo que tinha tornado a Sinfônica de Boston na "melhor orquestra francesa do mundo". Tornou-se assistente de Koussevitzky ao lado de ninguém menos que Leonard Bernstein.


Regeu no mundo inteiro, em orquestras como a OSESP (Sinfônica Estadual de São Paulo), OSB (Sinfônica Brasileira), Sinfônica da Paraíba, Sinfônica da Rádio Bávara, Filarmônica de Berlim, Sinfônica de Londres e outras.


Era uma lenda. Em 1996, logo depois da sua morte foi criada a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho, em Fortaleza.


Coordenou, de 1973 até a sua morte, o Festival de Inverno de Campos do Jordão.


Foi professor de Seiji Ozawa, Claudio Abbado, Charles Dutoit, Zubin Mehta e muitos outros.


Onde ouvir - Tem um disco em que ele toca o Uirapurú, de Villa-Lobos, com a Orquestra Sinfônica da Paraíba. Noutro, ele rege o 2º Concerto para Piano de Franz Liszt, com a Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara e Nelson Freire ao piano.



John Neschling (1947*)

John Neschling
John Neschling

Carioca, sobrinho do compositor Arnold Schönberg, Neschling é um talento, tendo recebido vários prêmios de regência na sua carreira. Foi aluno de Leonard Bernstein e Seiji Ozawa em Tanglewood.


Em 1999 houve aquele projeto monstruoso de transformar a OSESP num conjunto de calibre internacional, com a construção de uma sala de concertos maravilhosa, a Sala São Paulo, e ele estava à frente. Regeu a orquestra até 2008.


Onde ouvir - com a OSESP ele gravou Villa-Lobos, Beethoven, Schumann, Rachmaninoff e Brahms. Gravou com solistas de renome, como a flautista Sharon Bezaly, os pianistas Arnaldo Cohen e Yevgeny Subdin e o violinista Vadim Gluzman. Na Bélgica, com a Orchestre Philharmonique Royal de Liège, tem feito gravações muito aclamadas de Ottorino Respighi.


 

Isaac Karabtchevsky (1934*)

Isaac Karabtchevsky
Isaac Karabtchevsky

Isaac Karabtchevsky é um regente paulistano. É um dos maestros de maior notoriedade do Brasil. Dada sua discografia, podemos dizer que é um especialista na música de Heitor Villa-Lobos, tendo gravado as sinfonias com a OSESP.


Isaac já foi regente da Orquestra Sinfônica Brasileira (1969-1994), da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (2003-2010) e da Petrobras Sinfônica (desde 2003).


Um dos trabalhos mais importantes que ele realiza é o de Diretor Artístico do Instituto Baccarelli, em Heliópolis, São Paulo. São 1500 estudantes atendidos num programa de incentivo à música clássica. Eles têm 5 orquestras sinfônicas.


Onde ouvir - Ouça Karabtchevsky regendo as Sinfonias Nº 6 "Sobre a Linha das Montanhas do Brasil" e Nº 7, com a OSESP. Também o disco maravilhoso de Choros de Camargo Guarnieri.

 

Roberto Minczuc (1967*)

Outro paulistano, Roberto trabalha com a Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo, com a Sinfônica Brasileira e com a Filarmônica de Calgary, no Canadá. É o atual diretor do Festival de Inverno de Campos do Jordão.


Já regeu muito no exterior, tocando com a Filarmônica de Los Angeles, Filarmônica de Israel, Sinfônica de Londres, Orquestra Hallé, Orquestra de Filadélfia e muitas outras.


Onde ouvir - É de Roberto a melhor gravação completa das Bachianas Brasileiras, de Villa-Lobos, com a OSESP.

 

Diogo Pacheco (1925*)


Um maestro que foge da imagem de regente sério, ambicioso e mandão. Diogo é simpático e amistoso. Nos anos 90 a gente sempre assistia ao programa "Concertos Internacionais", nas madrugadas de 2ª, na Globo. Ele fazia a apresentação do programa, falando da música, da orquestra e dos regentes que passariam no vídeo. Ele veio a Fortaleza com Eleazar de Carvalho e a OSESP nos anos 90, num concerto ao ar livre, muito bonito.

 

Júlio Medaglia (1938*)

O paulistano Júlio Medaglia é um dos mais conhecidos e talentosos regentes do Brasil, tendo estudado com Pierre Boulez e John Barbirolli. Trabalhou com todas as orquestras que você imaginar, no Brasil e no mundo. Em 1997 fundou a Amazonas Sinfônica, uma orquestra de nível internacional, em Manaus.


Ele apresenta o programa-concurso Prelúdio, na TV Cultura, em que jovens músicos se apresentam como solistas acompanhados de uma orquestra e concorrem a algum prêmio.


Medaglia também é compositor, arranjador e escritor. Seu livro "Música Impopular" é um dos mais divertidos olhares sobre a Música Moderna.

 

Roberto Tibiriçá (1954*)


Também paulistano, Roberto Tibiriçá começou a carreira como pianista. Foi aluno e assistente de Eleazar de Carvalho. Regeu a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra do Teatro São Carlos, em Lisboa e a Sinfônica Petrobras Pró Música. Rege como convidado a OSESP e a Orquestra Sinfônica Simón Bolivar, de Caracas.


Onde ouvir - tem um disco maravilhoso dele com a Orquestra Municipal de São Paulo e Arnaldo Cohen (piano) tocando o lindo Concerto Para Piano em Formas Brasileiras, de Hekel Tavares


 

Benito Juarez (1933-2020)


Mineiro de Januária, Benito Juarez merece destaque pelo trabalho que fez com a Sinfônica de Campinas, de 1975 a 2001. Durante esse período ela foi uma orquestra sólida, de belo som e conhecida em todo o país.

 

Ligia Amadio (1964*)

Ligia Amadio
Ligia Amadio

Paulistana, Ligia Amadio tem construído uma bela carreira. Com a Orquestra Sinfônica Nacional, no Rio de Janeiro, e, mais recentemente, com a Filarmônica de Montevideo, no Uruguai, a Filarmônica de Mendoza, Argentina e a Filarmônica de Bogotá, Colômbia. Regeu orquestras no mundo inteiro: Sinfônica da Cidade de Tóquio, Sinfônica da Islândia, orquestras na Holanda, na Alemanha e na América Latina intera.


Tem uma carreira altamente prestigiada e premiada.

 

Claudio Cruz (1967*)


Paulistano, Claudio era spalla (1º violino) da OSESP. Como violinista e como regente ganhou vários prêmios, como o da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), Prêmio Carlos Gomes e Grammy. Sua discografia é mais farta como violinista que como regente, mas ele é talentoso nas duas frentes.


Onde ouvir - Ouça Claudio Cruz regendo Edward Elgar e Hans Gál, com Antônio Meneses e a Northern Sinfonia, de Londres. Ouça-o tocando os Trios de Villa-Lobos com Antônio Meneses e Ricardo Castro.


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A Arara Neon é um blog sobre artes, ideias, música clássica e muito mais. De Fortaleza, Ceará, Brasil.

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