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  • Foto do escritorRafael Torres

+ Top 10 Sinfonias para você escutar sem erro

Terceira lista, desta vez vamos fugir do óbvio em algumas delas. E preparem-se para a lista das Sinfonias Menos Conhecidas que Merecem Ser Mais Conhecidas (tá, eu depois vejo esse nome), que virá. Vou tentar seguir ordem cronológica, e garanto que, das 30 sinfonias de que falei, poderíamos fazer qualquer seleção com 10.


 

Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791) - Sinfonia Nº 41 "Júpiter" (1788)



A mais sofisticada sinfonia de Wolfgang Amadeus Mozart é uma obra madura. No começo eu não ligava muito pra ela, mas ela se revela complexa e engenhosa, após análise. No primeiro movimento ele parece desenvolver o primeiro tema antes de apresentar o segundo; tem passagens fugadas; apresenta temas fantasmas (que vêm por baixo do que você está escutando); além de o desenvolvimento ser arrebatador.


Não é uma típica doce peça de Mozart. É como se ele tivesse querido dar uma importância maior a essa que é a sua última sinfonia (não que ele soubesse que ia morrer 3 anos depois).


O segundo movimento (13m29s) parece que vai ser uma plácida sarabanda, mas às vezes irrompe em direções mais tenebrosas. Depois temos um agradável minueto - trio - minueto (26m46s). Mas o que se segue é um dos finales (31m54s) mais desafiadores para o ouvinte. Ele contém 5 pequenos temas que vão se acumulando e, no final, são combinados das mais diferentes formas para fazer uma grande e magistral fuga (vou escrever posteriormente sobre fuga).


O nome "Júpiter" não foi dado por Mozart, mas deve sua origem à comparação entre a peça e o tempestuoso planeta.


Gravações recomendadas: Orquestra Filarmônica de Berlim (Berliner Philharmoniker), regente: Simon Rattle - Orchestra Mozart, regente: Claudio Abbado


 

Ludwig van Beethoven (1770 - 1827) - Sinfonia Nº 6 "Pastoral" (1808)



Mais uma sinfonia de Ludwig van Beethoven, essa de 1808, completamente reconhecível, a sexta deve parte de sua popularidade à sua inclusão no filme Fantasia, da Disney. Mas só parte. Ela já era uma obra muito bem conhecida e estabelecida no repertório de orquestras e ouvintes.


Acontece que ela é uma peça única nas páginas sinfônicas do compositor, completamente desprovida do que eu chamo de "a raiva de Beethoven", um tipo de fúria e ímpeto que ele impregnava em todas as suas obras (mesmo, às vezes, nos movimentos mais lentos).


A Pastoral, não. Ele a fez calma e contemplativa, quase meditativa. Ele deu a seus movimentos nomes que descrevem bem o estado de espírito que queria carregar:


  1. Alegre despertar de sentimentos na chegada ao campo

  2. Cena à beira de um regato (10m51s)

  3. Dança das pessoas do campo (22m40s)

  4. Trovão, tempestade (28m29s)

  5. Canção dos pastores. Sentimentos de alegria e gratidão após a tempestade (32m29s)

Como se pode ver, são alusões bem tranquilas, exceto pela tempestade, maravilhosamente orquestrada. Aliás, a orquestração, nessa peça, é especial. No segundo movimento ele usa a flauta, o clarinete e o oboé para simular pássaros; no quarto, usa os tímpanos para representar os trovões e as cordas para representar a ventania; no quinto, quando a chuva foi embora, usa os violoncelos em pizzicato para imitar aquelas gotinhas que caem das árvores depois da chuva...


Beethoven tem fama de ter sido ranzinza, mas nessa música, ele jogou seu amargor fora e fez uma das partituras mais encantadas que conhecemos.


Gravações recomendadas: Orquestra Sinfônica da Rádio Bávara (Bavarian Radio Symphony), regente: Mariss Jansons - Orquestra Filarmonia (Philharmonia Orchestra), regente: Otto Klemperer


 

Anton Bruckner (1824–1896) - Sinfonia Nº 7 (1883)



Primeira vez em que eu coloco uma sinfonia de Anton Bruckner. Ele compôs 9 (na verdade, 11, mas chamava uma de "Sinfonia Nula", ou 0, e a outra de Sinfonia 00). É que ele tinha um problema muito grande com a própria obra. Nunca considerava uma peça pronta. Até hoje um regente e uma orquestra têm que escolher qual edição de determinada sinfonia vão usar, porque o próprio fazia várias alterações em uma sinfonia mesmo depois da estreia. É o chamado "Problema Bruckner". Verdade, esse bilete. Não estou inventando nada.


Pois bem, a sétima é a mais conhecida e amada (talvez junto com a 4ª). Enquanto Bruckner a compunha, seu grande ídolo, Richard Wagner ficou doente, vindo a falecer. É por isso que Bruckner o homenageia na obra, com um segundo movimento elegíaco. E ele usa a Tuba de Wagner, um instrumento criado por encomenda de Wagner ao luthier Adolphe Sax (o mesmo que inventou o Saxofone), para preencher o vão que existia entre trompas e trombones.


A obra é lindíssima, ainda que escorregadia: muitas vezes parece se dilatar além do necessário, com grandes, exuberantes acordes e texturas orquestrais etéreas. Só pra, aos 12 minutos nos surpreender com uma nota mais incisiva.


O segundo movimento (21m23s) é um golpe de gênio. Um adagio belíssimo. A sinfonia gravita em torno dele. Por vezes lembra Beethoven, para então virar um longo e baldio movimento Wagneriano.


O terceiro, scherzo e trio (43m10s), é muito inventivo e divertido. A orquestração peculiar de Bruckner, herdeira da de Wagner, funde os instrumentos de sopro com as cordas. Você raramente tem um solo prolongado de oboé, por exemplo. Em vez disso, tem pequenas frases de um instrumento ou de outro: ora uma flauta se ergue para logo sumir; ora um trompete toca três notinhas e volta a se perder dentro da textura orquestral. Maravilhoso.


O finale (53m33s) é igualmente engenhoso. Dessa vez temos vários momentos individuais de instrumentos de sopro. Ou de pequenos conjuntos de sopro. É uma sinfonia maravilhosa. Mesmo eu, que não entendo de Bruckner, tenho que me curvar a ela. Como todo prazer.


Gravações recomendadas: Orquestra Filarmônica de Munique (Münchner Philarmoniker), regente: Valery Gergiev - Orquestra do Concertgebouw de Amsterdam (Concertgebouworkest), regente: Bernard Haitink


 

Johannes Brahms (1833 - 1897) - Sinfonia Nº 4 (1885)


A quarta de Johannes Brahms é uma das maiores obras primas já realizadas. Talvez seja, tecnicamente, a mais bem feita do compositor. Começa com duas notinhas nos violinos, num salto descendente. Com isso, assim como na 5ª de Beethoven, temos material para todo o primeiro movimento. Não que seja essa a única ideia com que ele vai trabalhar, mas é a principal. Duas notas descendentes seguidas por duas ascendentes. Como esse primeiro tema é de notas curtas, o segundo é de notas bem longas, nos violoncelos.


O segundo movimento (12m50) é de tirar o fôlego. Começa com uma espécie de anúncio na trompa (12m53s). Quando os clarinetes repetem a ideia (13m13s, no vídeo acima), já é com uma aura contemplativa e sossegada. Lindos corais de sopros, nesse começo. Brahms usa um artifício que costuma usar: começa o movimento lento com os sopros para que, quando entrem os violinos (15m25s), eles tragam toda a sua luz. Um coral de cordas representa a ideia central do movimento (16m20s e 20m17s).


O terceiro movimento (23m32s) é um Scherzo vivo e alegre. Ele emprega um triângulo, que dá uma cor divertida.


E aos 29m40s tem início o grave finale. É uma Passacaglia, ou seja, ele oferece, de cara, não um tema, mas uma sequência de acordes por onde ele vai desenvolver as mais diversas ideias. As minhas favoritas são nas cordas (30m34s), na flauta (32m35s), solitária e desolada, só que linda, e nos metais (33m45s), nobre e confiante.


Gravações recomendadas: Orquestra Filarmônica de Viena (Wiener Philharmoniker), regente: Karl Böhm - Orquestra Filarmônica de Berlim (Berliner Philharmoniker), regente: Herbert von Karajan


 

Camille Saint-Saëns (1835 - 1921) - Sinfonia Nº 3 "Com Órgão" (1886)


Nessa sinfonia, o compositor francês Camille Saint-Saëns usou tudo que podia, na orquestra. Isso inclui um órgão (nem toda sala de concerto tem um - Karajan, quando gravou, foi criticado por gravar, em Berlim, a orquestra primeiro e, depois, em Paris, o órgão), um piano a 2 e a 4 mãos, e diversos instrumentos de percussão.


Ela começa estabelecendo um clima, com uma introdução larga. Mas logo as cordas assumem um caráter mais urgente. É uma música fácil de gostar, mas não estou dizendo que seja rasa. O primeiro movimento se divide em três sessões: a introdução, de que já falei, o Allegro Moderato (1m18s) e o belo e contemplativo Poco Adagio (10m42s), com suas sensuais cordas e o órgão ao fundo. Esse movimento é muito lindo.


Aos 20m54s começa o segundo movimento, também dividido. Só que em 4 sessões. Allegro Moderato, Presto, Maestoso e Allegro. Seu final é brilhante e a escrita orquestral, digna de nota.


Gravação recomendada: Orquestra Filarmônica de Seul (Seoul Philharmonic), regente: Myung-Whun Chung, ao órgão: Dong-ill Shin


 

Pyotr Tchaikovsky (1840–1893) - Sinfonia Nº 6 "Patética" (1893)


A sexta é a mais celebrada de Pyotr (Pedro) Tchaikovsky foi intitulada por ele de o que se pode traduzir como "Sinfonia Sentimental" ou "Sinfonia Emocional". Na tradução, usou-se o francês "Pathétique", que quer dizer emotivo. E aí a gente ainda traduz pro português, em que patético significa algo realmente mal sucedido... Mas ela é isso: uma sinfonia passional. E muito bem sucedida, desde a estreia.


O primeiro movimento começa soturno, uma introdução nos fagotes, mas logo dá lugar a uma agitação meio tumultuada. Mas seu tema central é a belíssima melodia (5m17s) que todos conhecem, resignada e algo solene. Como diria Artur da Távola: "Tchaikovsky, o rei da melodia...". O movimento tem várias perturbações e é de grande proporção.


No segundo movimento (19m11s) ele faz uma quase valsa, em tempo 5/4. É gracioso como uma valsa, mas uma valsa bamba, porque você conta 1, 2, 3, 1, 2, ... fica faltando o segundo três.


O terceiro movimento (27m29s) é um Allegro Molto Vivace, muito nervoso e que nos faz sentir falta de ar. Termina de forma triunfante, e você jura que a obra acabou. Mas vem o quarto (36m38s) e último. Ao contrário da maioria das sinfonias, em que o finale é de triunfo e alegria, nesta ele é um fúnebre e sério Adagio Lamentoso. Termina da maneira mais fantástica e eloquente possível. Que é com o silêncio. Não está na partitura, mas, como você pode ver no vídeo, depois da última nota o público parece não querer quebrar algo muito frágil. Por uns 30 segundos não ouvimos aplausos.


Muitos supõem que é uma carta de suicídio. Tchaikovsky, depressivo, sem poder assumir publicamente sua homossexualidade, escreve uma sinfonia que vai morrendo. E, 9 dias depois, ele mesmo tem uma morte que, aceita-se, foi planejada. Eu acredito nisso, pessoalmente. Que ele concebeu a sinfonia como um Réquiem. Pode não ter sido nada disso, pode ser que ele não planejasse morrer, e que tenha bebido aquele copo com água contaminada por acidente. Enfim, embora seja funesta, só existe muita beleza nessa obra tão maravilhosa.


Gravações recomendadas: Orquestra Filarmônica de Berlim (Berliner Philharmoniker), regente: Herbert von Karajan - Orquestra Filarmônica de Nova Iorque (New York Philharmonic), regente: Leonard Bernstein


 

Gustav Mahler (1860–1911) - Sinfonia Nº 9 (1910)


Vou indicar a minha sinfonia favorita do austríaco Gustav Mahler. Sua última. Tanto medo ele tinha da "maldição da nona" que começou imediatamente a próxima. Mas a maldição da nona é sagaz. E o flagrou nos esboços da décima.


Romântico tardio, Mahler é hoje adorado por suas sinfonias. Já o era em vida, mas enquanto um compositor existe, ele não sabe se sua música será escutada em 50 anos. Pois ele morreu há mais de um século e suas obras, algumas absolutamente extravagantes, em minha opinião (sua 8ª Sinfonia é chamada "Sinfonia dos Mil", por causa do exagero de músicos e coros e solistas que emprega), são cada vez mais executadas.


A nona não é extravagante senão no comprimento. E olhe que nem está entre as mais longas. Mas merece sua hora e meia de atenção. Eu tenho que reconhecer que é um grande compositor, embora um que eu não o compreenda (por enquanto, espero). A ambiguidade harmônica dessa peça é muito charmosa. Por vezes ele prepara um acorde e toca outro. Às vezes você espera maior e vem menor, ou vice-versa. A instrumentação é igualmente digna de atenção, às vezes uma flauta ou um violino solo se atrevem um pouco só para serem logo engolidos pela textura maior da orquestra. Outro Wagneriano.

Por várias vezes Mahler emprega de maneira muito consciente o contraponto (a utilização de melodias paralelas), chegando a escrever uma fuga dupla.


Também é uma música elegíaca, embora com um caráter muito mais resignado que a de Tchaikovsky. Mahler havia acabado de perder sua filha Anna Maria e de descobrir a doença cardíaca que o levaria à morte. E, também nessa sinfonia, a última nota vai se esvaindo (o próprio compositor escreveu na partitura: morrendo).


Gravações recomendadas: Orquestra Filarmônica de Berlim (Berliner Philharmoniker), regente: Claudio Abbado - Orquestra Filarmônica de Seul (Seoul Philharmonic), regente: Myung-Whun Chung

 

Dmitri Shostakovich (1906–1975) - Sinfonia Nº 7 "Leningrado" (1941)


Se contarmos as três listas, incluí três sinfonias de Dmitri Shostakovich. São minhas favoritas, mas também as favoritas do público. O compositor dedicou esta à cidade de Leningrado (agora, São Petersburgo), que estava sitiada pelas forças nazistas.


Só o gigantesco 1º movimento dura quase meia hora. Um ostinato na caixa clara engloba um imenso crescendo da orquestra. O movimento lembra uma marcha. Simula um exército invasor, sirenes, tiros, a música vai ficando mais nervosa, quase nervosa demais até que descansa. Temos então um solo de flauta (21m09s), um de clarinete (21m48s) e um de fagote (22m30s). Um por vez. Parece aquela pausa na batalha pra recolher os mortos. Uma pessoa catando um corpo específico... Ele segue mais tranquilo até terminar simplesmente.


O segundo movimento (29m16s) é um Scherzo (movimento ligeiro e, nesse caso, sarcástico). Começa muito leve, nem parece que se refere a uma guerra. Temos lindos solos de oboé (30m44s), de corne inglês (32m09s), então entram os violoncelos, os violinos, depois em pizzicato até que há uma perturbação, um novo tema que torna o movimento um bocado mais tenso. Quando ele se aquieta, temos oportunidade de ouvir o maravilhoso clarone, o parente grave do clarinete (36m59s). E aí o movimento, o mais curto da sinfonia, termina placidamente.


O terceiro (40m54s) lembra música religiosa. Os corais russos com seus baixos profundos. Claro que é trágico, como um Réquiem ou uma Paixão. Sua seção central repete a do movimento anterior. Uma melodia simples (49m01s) vai ficando mais forte, como uma linha que é esticada, até que arrebenta. E aí temos mais evocações à batalha, lembrando o primeiro movimento. Mas, assim como no segundo, ele eventualmente se acalma, terminando novamente com tranquilidade, mas já ligando com o movimento seguinte.


O quarto (1h1m14s) começa com essa tranquilidade, mas também com algo ameaçador no ar. Essa ameaça vai se tornando evidente, depois palpável, depois obsessiva. É um movimento turbulento e altamente bélico. Sua conclusão é triunfante, como que para mostrar o predomínio das tropas soviéticas sobre as nazistas. Vocês podem escutar vários recursos de orquestração, como o pizzicato de Bartók (1h6m38s), em que o músico pinça a corda até o alto e solta de modo que ela bate na escala do instrumento, quase como uma chicotada.


Gravação recomendada: Dresdner Philharmonie, regente: Michael Sanderling


 

Olivier Messiaen (1908–1992) - Sinfonia Turangalila (1948)



Muitos vão te dizer que essa sinfonia usa o theremin, o instrumento hipster favorito. Mas o que ela usa é um Ondes Martenot, que tem um princípio similar. É a cara daquelas mostras mundiais que ocorriam nas maiores cidades europeias, em que inventores, artistas e as mais diversas atrações eram expostas, muitas vezes pela primeira vez, ao mundo. Não é theremin, mas é parecido.


Ondes Martenot tocado por Thomas Bloch


Além disso, Olivier Messiaen usa um piano solo. Tanto seu papel é proeminente, que ele fica na frente da orquestra.


Peça muito moderna, é extremamente complexa e longa. Foi encomendada pela Orquestra Sinfônica de Boston, com seu regente Serge Koussevitsky. A estreia foi regida pelo onipresente Leonard Bernstein. Ela abriu caminho para o Serialismo Integral (e pelo amor de deus, não me pergunte o que é isso. Longa história...)


Ele pede uma orquestra muito grande (10 contrabaixos, quando o normal é entre 6 e 8; mais de 10 instrumentos de percussão) e a utiliza com maestria.

Ela tem 10 movimentos, que vão de 4 a 11 minutos. Embora seja altamente atonal, a peça é agradável, se você escutar com uma atitude aberta. E se você escutar com a atitude certa, perceberá que é genial!

Recomendo que não escute de uma vez. Pode ser um tanto embriagante e cansativa, no começo. Messiaen a concebeu como um canto de amor, e os movimentos são intitulados com nomes como "Canção de Amor", "Jardim do Sono de Amor", "Desenvolvimento do Amor" etc. Parece brega, mas a música não tem nada de cafona.


Espere por acordes ultra dissonantes, instrumentações alternativas, melodias com saltos estranhos e ritmos confusos.


Gravações recomendadas: Orquestra da Ópera da Bastilha (Orchestre de l'Opera Bastille), regente: Myung-Whun Chung, piano: Yvonne Loriod, ondes martenot: Jeanne Loriod (as irmãs Loriod estrearam a peça com Bernstein. Yvonne tornou-se esposa de Messiaen) - Orquestra Real do Concertgebouw de Amsterdam (Royal Concergebouw Orchestra), regente: Riccardo Chailly, piano: Jean-Yves Thibaudet, ondes martenot: Takashi Harada


 

Ralph Vaughan Williams (1872–1958) - Sinfonia Nº 7 "Sinfonia Antartica" (1952)

A do compositor inglês Ralph Vaughan Williams (pronuncia-se Rêif Von Williams) é uma de que gosto, que emprega voz. Uma soprano e um coro. É que elas são usadas como instrumento, não cantam palavras. Ele usa também uma máquina de vento, instrumento de percussão que simula o som do vento.


Os grandes mestres ingleses do começo do século XX influenciaram muito a música de cinema. Mais ainda quando era pedido que fizessem música para cinema. Vaughan Williams fez a trilha sonora do filme "Scott of the Antartic", em 1948. E dessa trilha ele retirou as ideias para sua Sinfonia Antartica.


A sinfonia é gelada. Gelada, mesmo. Você pode sentir frio com a simulação de vento, com o coro totalmente feminino a orquestração esparsa.


É uma música de efeito, mas, se você entrar no clima, ela te leva pra situação de estar perdido na Antártida. Scott, personagem real que montou uma expedição no continente gelado para achar o polo sul, acabou tendo que voltar, devido às péssimas condições climáticas. Mas, na volta, a equipe não resistiu e foi morrendo. Sozinho, preso em sua tenda, Scott escreve no seu diário, que foi achado algum tempo depois, palavras eternas.


Essas anotações cruas e os nossos corpos mortos devem contar a história, mas certamente, certamente, um grande e rico país como o nosso cuidará para que aqueles homens que são dependentes de nós sejam apropriadamente abastecidos (em expedições).


Gravações recomendadas: Orquestra Sinfônica de Londres (London Symphony), regente: André Previn - Orquestra Filarmônica de Londres (London Philharmonic), regente: Bernard Haitink


 

Sobre cada sinfonia, dessa lista e das outras, escreverei, eventualmente, textos mais elucidativos. Espero que tenham gostado do Top 10, que vai para a sessão Topping Toppers. E que alguma sinfonia tenha cativado você e instigado a dar uma escutadela. Fique à vontade para comentar o que quiser.


Veja a primeira e a segunda listas de sinfonias mais importantes.

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